8 de julho de 2011

Como Você Reage a Injustiças?


Pense bem antes de responder... 
Afinal, esta pergunta é bem mais complexa que parece! 

Digamos que você – com muita dificuldade – mantenha sua casa com seu salário mínimo, R$ 545,00; mas seu querido patrão, com a desculpa de uma crise na empresa, o diminui para R$ 381,50; o que fazer? Antes mesmo de poder pensar no assunto, vem a surpresa de que não satisfeito com o absurdo, na hora de pagar o dinheiro, ele - alegando problemas na empresa por causa do chefe que veio antes dele - lhe dá apenas R$ 267,05 para sustentar toda a sua família. 

O que fazer? 

A) Deixar como está, afinal, mesmo que você morra de fome, é melhor morrer de fome tendo um emprego que não tendo sequer onde cair morto; 

B) Reclamar com seu chefe, afinal é loucura achar que você irá conseguir manter sua casa com um salário tão humilhante; 

Você, como um cidadão honesto que é, vai conversar com seu patrão tentando lhe mostrar, educadamente, que algum erro foi cometido. Você precisa de mais dinheiro para alimentar seus filhos e viver com dignidade; em vez disso, ele está sempre viajando, e quando está na empresa sempre se encontra ocupado demais, envolvido em outras prioridades, como as confraternizações da empresa ou outras de suas viagens particulares. 

Inconformado, você começa a falar com seus outros companheiros de trabalho, que também estão nesta mesma situação; todos concordam, então tentam marcar uma reunião com o chefe, que mais uma vez recusa-se a ouvir. 

Em meio a tudo isso, sua casa precisa de manutenção - infiltrações, problemas com o esgoto, defeitos nas instalações elétricas, risco de incêndios, mobília depredadas, teto caindo sob sua família entre outros problemas que urgentemente precisam de alguma reforma. 

Cansados de tudo isso, você e seus companheiros buscam mais veementemente uma conversa, ficando num local mais visível ao seu chefe e onde ele deva recebê-los. 

Mas o que acontece? 

Em vez de uma simples conversa para atender um pedido justo que já é seu por direito; ele manda a polícia para não mais importuná-lo. 

Eu pergunto mais uma vez...

Você acha mesmo que isso é justo?

E mesmo que não tenha nada a ver com você, até que ponto você pode ignorar tudo isso?

O Que Importa a Mim 
Primeiro eles levaram os negros, porém para mim, nada importou, pois afinal eu não era negro. 
Em seguida eles levaram os judeus, porém para mim também de nada importou, porque eu não era judeu. 
Depois detiveram os padres, porém como eu não era religioso, isto pouco me importou. 
Logo prenderam os comunistas, porém como eu não era comunista isto também pouco me importou. 
Agora estão me levando, porém já é tarde. 
(Bertold Brecht) 

VOCÊ ACHA MESMO QUE ESTA REALIDADE ESTÁ DISTANTE DE VOCÊ? 

Todo o quadro “fictício” acima explanado é uma prática constante em nossos governos, mas em outras esferas. A Universidade Estadual do Rio Grande do Norte é um exemplo do quanto nossos representantes priorizam futilidades – como copa do mundo e grandes festas que divirtam a população, de modo a fazê-la esquecer da péssima situação em que vivem. 

Você sabe o que é uma falácia? É um engano/ilusão, um argumento perigoso que induz quem escuta a pensar de maneira errada. Nossa constituição é clara: “Todo o poder emana do povo”, mas até que ponto isto não é outra falácia? Até quando iremos esperar que o salvador surja como num passe de mágica e resolva todos nossos problemas? O salário, instrumento para garantia de saúde, moradia, lazer e educação, com ele é possível sustentar uma família com os altos preços, e, impostos constantes com o salário que nos é pago? 

O homem é grande quando faz, e não quando fala; então enquanto continuarmos o pensamento pequeno de que pior que está não pode ficar, seremos explorados até nosso último suspiro. Eternas vítimas, mas não exclusivamente de nosso sistema, e sim de nada mais, nada menos que nossa própria covardia. Hipócritas, bradamos a cada copa do mundo que: “verás que um filho teu não foge a luta”, mas sempre fugimos de nós mesmos, agüentando, calados, injustiças e nunca defendendo a “pátria amada”. 

O orçamento da UERN – a instituição que há tanto tempo forja os profissionais que atuarão no futuro. E órgão representante do único meio prático de construirmos uma sociedade melhor, com, e, pela educação – tem sido desprivilegiada pela política do governo de priorizar o “pão e circo”. 

Como dizer que educação é prioridade e manter uma instituição tão importante reduzindo os já escassos recursos? É fácil visualizar esta impossibilidade quando retomamos o exemplo do trabalhador do início deste texto: como sobreviver com a diminuição de um orçamento já limitado?

Um comentário:

  1. O chefe é a população. Eles tão lá para trabalhar para nós.O povo tá tão acostumado em ser pau mandado de político que tem eles como chefes. Bons textos. Parabéns ao movimento. Verdadeiro orgulho de Mossoró.

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